11 de agosto de 2007

TUGAS HOLMES

Quando finalmente consigo livrar-me por escaços dias dos corredores afadigados da PJ e vir cá para baixo para ao pé dos marafados, sou surpreendida pelo renascer do Fenómeno Piquena Maddy. Quando tudo indicava que as buscas pela Piquena Maddy iam já nos arredores da Tanzânia, não é que tudo se reacende à volta de uma nódoa de sangue que bem pode ter caído do saco do talho da mãe da Piquena Maddy ou resultado de uma manicure pouco profissional que a mãe Macane chamou lá a casa? Bom, mas o certo é que eu, nos ambientes sociais em que me tenho movimentado, não pude deixar de concluir que os portugueses têm uma veia (pensando bem, uma não, digamos antes todo o sistema circulatório) de detectives, que sempre que podem deixam vir ao de cima. Uma vez que a moda agora é defender convictamente que a culpa, afinal, é dos pais Macanes, já ouvi versões para todos os gostos: desde os sedativos com que os Macanes carregavam os miúdos (que descanso…), e que podem ter sido usados numa dose, sei lá, um bocadidinho mais forte e… ups! I did it again, como diria a Brit, mas desta vez o engano dos Macanes não foi com um bife qualquer lá em terras de Inglaterra, mas com a filha varã, e houve que dissimular a coisa, e então toca a visitar o Papa, e tal… Ou então esta, que achei a melhor de todas: a Piquena Maddy viu os pais numas cenas de swing sem ser a dança, if iú know uát ai mine, e teve que ser calada para sempre….

Como se tudo isto já não fosse suficientemente denço, ainda temos que ouvir a toda a hora quem? Quem? O Moita Holmes Flores!!!! Todos sabemos que ele trabalhou na PJ na década de 40, quando ainda não se sabia o que eram impressões digitais, e todos sabemos também que, frustrado, saiu do serviço quando atirou inadvertidamente no dedo grande do pé do Comandante Rodrigues e começou a escrever novelas. Do alto do seu ar patusco, com aquele sotaque setubalense inebriante, lá vai falando sobre a investigação sem falar sobre a investigação (sempre o achei muito habilidoso…!). Porquê Moita Holmes Flores a falar sobre o Fenómeno Piquena Maddy, porquê??? O que é que ele sabe, 60 anos depois, a mais do que nós??

D’maneiras que é assim… não consigo separar-me do trabalho mesmo em férias, é o que é…

1 comentário:

Anónimo disse...

Cara Lulu,
Mas que sodades das tuas análises prófundas. Identificuei-me munto com a tua crónica porque eu tb 'tou de férias. Este ano perdi a cabeça e saí do Alto Pina pra vir aqui prá barraca que pertence à minha sogra e fica junto ao trancão. Que meravilha.
Quanto à tua análise ao Moita Flores já não m'identifico tanto. Eu gosto munto do ouvir falar. O gajo põe ali os camones nusinhos como se tivessem vindo agora ao mundo. Então não é bom de ver que os bifes se andavam a lember todos uns aos outros, aquilo era uma vadolhocage. A miúda acho aquilo uma negeira e pirouçe. Eu sei de fonte sigura - disse-me uma fonte policial conhecida, que eu não posso revelar o nome mas que mora em alfama e é o último sinaleiro de lisboa chamado Carlos do Coxo (filho do coxo), que a miúda 'ta bem e que neste momento tá co Moita Flores de férias em Santarém. Diz c'a miúda não se comove nem um vocadinho com a choradeira da imprensa englesa e diz: For allgarve never again what i like is santarém...