31 de agosto de 2009

Cheques

Cada vez que vejo um evento de caridade/desportivo, sou assolado pelas mesmas dúvidas:

Será que a Colónia de Férias "O Século" leva aqueles cheques gigantes que recebe nestes eventos ao Banco?

Será que eu posso pedir um livro de cheques daqueles? "Olhe, vou ter aí uns eventos de caridade brevemente, queria um livro de cheques, mas daqueles com 2 metros, se faz favor"

Se assim é, será que posso pagar com cheques gigantes todos os produtos e serviços que adquira , e.g., pagar uma sandes de leitão e um Compal na estação de serviço da Mealhada?

É que eu gostava mesmo muito.

Não se vende

Adorava ver um anúncio no jornal a rezar o seguinte:

"Peugeot 307 de 2000. Diesel, jantes de liga leve, estofos de cabedal, A/C, revisões na marca, apenas 10.000 kms. Óptimo estado. Não se vende."

Imaginem o espectáculo de ligarem para o número no anúncio e falarem com o Sr. Arménio:

"Estou sim, boa tarde, estou a ligar por causa do anúncio no Jornal Ocasião."

"Diga, diga."

"O carro realmente parece estar em óptimo estado. Confirma que não o vende?"

"Por nada deste mundo, gosto tanto dele que acho que não aguentava".

"Pronto olhe, sendo assim, muito obrigado".


21 de agosto de 2009

"Vá Láaaaa"

Já nos aconteceu a todos nós não nos apetecer fazer alguma coisa, mas os nossos amigos insistirem para que os acompanhemos.

Para apoiarem esta insistência, invariavelmente nos dizem, com um tom lamuriento: "Vá láaaaaa"

Nunca percebi bem esta "estratégia".

O que será que pensam estes nossos amigos? "Se eu não acrescentar nada à conversa, mas prolongar a vogal, certamente ele vai ver o mérito deste nosso plano"?

Será que imaginam que o rumo da conversa será:

- "Desculpa, não quero ir um festival de columbofilia em Belas, quer porque pombos como hobby é das coisas mais ridículas do mundo, quer porque está a chover torrencialmente".

- "Vá láaaaaaa!!!"

- "Ah, se pões as coisas assim...Nunca tinha visto as coisas por esse prisma, tens toda a razão, vou buscar o casaco."


15 de agosto de 2009

Muito bom!

Destaco:

- os falsetes e solo do Manuel Marques (o magricelas);
- o senhor sem um dente da frente do minuto 03.01;
- o solo de xícara do minuto 03.35 e o consequente entusiasmo do Bruno Nogueira;
- o facto de a música não ter letra e a populaça já a cantar como se fosse o "Yellow submarine" dos beatles.

Porque é que estas coisas no Chiado acontecem sempre quando eu não estou?!

13 de agosto de 2009

Ó Mussa, olhá porta!!!

Enquanto houver o "Correio da Manhã", a vida terá outra alegria:

"Tirado de casa e abatido a tiro

O primeiro ataque à casa de Mussa Djau tinha acontecido há menos de quatro semanas. Os buracos das balas nos estores ainda ontem eram visíveis. Por dívidas que se suspeita estarem relacionadas com tráfico de droga, um grupo de origem africana procurava o guineense de 25 anos para ajustar contas. Ontem de madrugada o gang voltou à rua Gil Eanes, em Algueirão, concelho de Sintra, e cumpriu as ameaças. Mussa, 25 anos, foi baleado quatro vezes à porta de casa. Caiu morto."

Ora bem: O Mussa, verificando que lhe tinham baleado a casa, ao invés de imediatamente buscar outro tecto, pensou: "Já me deram cabo dos estores, pior que isto já não me fazem". O que não deixa de ter alguma lógica, dado que não imagino que outro mal poderá causar um traficante de droga irado e armado para além de uns estores partidos.

Mussa até via com bons olhos mudar de casa: "Amadu acrescenta que o cunhado, devido à perseguição de que continuava a ser alvo, estava à procura de uma nova casa para onde iria viver com a companheira" mas achou que com uns traficantes à perna, ainda assim tinha tempo para visitar a Remax. Talvez os tiros no estore fossem uma forma de pressão do agente imobiliário para que ele se decidisse a ficar com aquela cave em Alcabideche que tinha visto uns dias antes. Mas o Mussa, perspicaz, não se deixou pressionar.

Assim, motivado por esta lógica infalível e pelo desejo de encontrar a fracção que melhor servisse os seus interesses, o Mussa deixou-se ficar. Eis senão quando tocam à porta. O solícito Mussa vai abrir. Ao ver quem era a visita, dispara, num assomo de génio: "Merda, estes gajos estão cá outra vez, mas hoje eu abro a porta!"

Será que ele pensou que lhe tinham baleado a casa por ele não ter aberto a porta e não quis repetir o erro? Será que quis, magnanimamente, desviar a atenção do meliante, não fosse ele castigar novamente os estores, preferindo oferecer o corpo às balas? Será que pensou que um homem de capuz, armado, não vinha certamente por mal? Reparem no luxo do raciocínio de Mussa: "Da última vez que gajos armados balearam a minha casa, eu não abri a porta. Mas desta vez não passa. Eles vão ver só!"

Mussa era, como aliás todos os afiliados de gangs de tráfico de droga, um homem pacato e trabalhador. Eu gostaria de acrescentar que Mussa era também uma inteligência como poucas vezes vi na vida.

As vítimas de burla em Portugal

Antes de mais, o meu agradecimento à Bruninha pelo convite e pela elogiosa apresentação.

Começo a minha participação neste elevado fórum de troca de ideias com umas pequenas notas sobre as vítimas de burla neste nosso cantinho à beira mar plantado.

Nos tempos de crise em que vivemos, e à falta de novos álbuns de "música" do José Castelo Branco, vemos mais e mais notícias de burlões presos que usam dos esquemas mais rocambolescos para sacar dinheiro a suburbitas incautos.

Ele é o Professor "Inserir expressão étnica ou mistíca" que levanta maus olhados, mas alerta que o espírito (não ele, porque o Professor está cá para ajudar) cifra os seus préstimos em 2o mil Euros, adiantados.

Ela é a D. "não sei das quantas", que, mercê do seu domínio do sistema financeiro, garante retornos de 300% em 10 dias, pedindo apenas em troca que lhe sejam entregues uns milhares de Euros de "investimento".

A minha questão é: O que passa pela cabeça das pessoas que usam estes "serviços"?

"Depois de falar com o Professor, tudo faz sentido. É um mau espírito que está a impedir que eu seja promovido nos Correios de Ranholas, e não o facto de eu ser um otário de primeira grandeza que acredita em espíritos que negoceiam em moeda forte. E faz sentido, porque a vida no Além é um disparate de cara."

"Estou certo que quando sair do gabinete da minha consultora financeira com sotaque venezuelano aqui no Centro Comercial Mouraria, ela vai já ligar à Goldman Sachs e fazer uma série de investimentos tão perspicazes quanto legais. Realmente, só um visionário como eu encontraria uma maga da alta finança em tão insalubre palco."

Dito isto, acho que estes burlados deviam ser punidos com tanta severidade como os burlões. Se eu mandasse, o juiz leria a sentença e diria:

"Sr. Severino, com que então achou que era com quatro mil contos e um banho "sagrado" com uma velha a dizer rezas que resolvia a sua impotência...sim senhor. São 10 aninhos e uma sessão de escárnio público na Praça do Comércio".

"Sr. Carlos, o giro é que você achou mesmo que depois de dar o dinheiro a esta senhora, ela lho ia devolver, e com juros. Muito engraçado. 5 anos e depois de sair vai ter que andar com este funcionário do tribunal anão atrás de si a chamar-lhe "palerma" durante mais seis mesinhos."

Talvez assim as pessoas pensassem. Ou talvez não. Mas que era mais divertido, isso era.

Benvindo JL!


É com grande pompa e circunstância que comunico aos milhares e milhões de leitores do D'Maneiras espalhados por esse mundo fora que a partir de hoje, e aproveitando o sem número de temas por esmiuçar que a silly season nos traz, este cantinho da blogosfera passará a contar com o contributo de mais um génio do humor português.

Por razões políticas, ideológicas e partidárias o nosso mais recente Autor gostará de manter o anonimato, sob as insígnias "JL".

JL, agora que a fasquia está baixinha e que as pessoas não esperam nada menos que o melhor que têm visto desde que o Cláudio Ramos ingressou para a TV portuguesa, o D'Maneiras é todo teu.

Forçaí!

10 de agosto de 2009

Senhor Dr. Francisco Louçã...

...para quando deixar de dizer os milhões "durricos"?