13 de agosto de 2009

As vítimas de burla em Portugal

Antes de mais, o meu agradecimento à Bruninha pelo convite e pela elogiosa apresentação.

Começo a minha participação neste elevado fórum de troca de ideias com umas pequenas notas sobre as vítimas de burla neste nosso cantinho à beira mar plantado.

Nos tempos de crise em que vivemos, e à falta de novos álbuns de "música" do José Castelo Branco, vemos mais e mais notícias de burlões presos que usam dos esquemas mais rocambolescos para sacar dinheiro a suburbitas incautos.

Ele é o Professor "Inserir expressão étnica ou mistíca" que levanta maus olhados, mas alerta que o espírito (não ele, porque o Professor está cá para ajudar) cifra os seus préstimos em 2o mil Euros, adiantados.

Ela é a D. "não sei das quantas", que, mercê do seu domínio do sistema financeiro, garante retornos de 300% em 10 dias, pedindo apenas em troca que lhe sejam entregues uns milhares de Euros de "investimento".

A minha questão é: O que passa pela cabeça das pessoas que usam estes "serviços"?

"Depois de falar com o Professor, tudo faz sentido. É um mau espírito que está a impedir que eu seja promovido nos Correios de Ranholas, e não o facto de eu ser um otário de primeira grandeza que acredita em espíritos que negoceiam em moeda forte. E faz sentido, porque a vida no Além é um disparate de cara."

"Estou certo que quando sair do gabinete da minha consultora financeira com sotaque venezuelano aqui no Centro Comercial Mouraria, ela vai já ligar à Goldman Sachs e fazer uma série de investimentos tão perspicazes quanto legais. Realmente, só um visionário como eu encontraria uma maga da alta finança em tão insalubre palco."

Dito isto, acho que estes burlados deviam ser punidos com tanta severidade como os burlões. Se eu mandasse, o juiz leria a sentença e diria:

"Sr. Severino, com que então achou que era com quatro mil contos e um banho "sagrado" com uma velha a dizer rezas que resolvia a sua impotência...sim senhor. São 10 aninhos e uma sessão de escárnio público na Praça do Comércio".

"Sr. Carlos, o giro é que você achou mesmo que depois de dar o dinheiro a esta senhora, ela lho ia devolver, e com juros. Muito engraçado. 5 anos e depois de sair vai ter que andar com este funcionário do tribunal anão atrás de si a chamar-lhe "palerma" durante mais seis mesinhos."

Talvez assim as pessoas pensassem. Ou talvez não. Mas que era mais divertido, isso era.

4 comentários:

Anónimo disse...

isto é que é começar com o pé direito!!!! muito bom post!!!

sofia disse...

até verti umas lágrimas de tanto rir!
way to go, jl!

Bruninha disse...

Grande JL! Assim dá gosto!

tiagugrilu disse...

Man, o que eu curtia de entrar num tribunal anão!

Agora a sério: muito bom texto.

:)