13 de agosto de 2009

Ó Mussa, olhá porta!!!

Enquanto houver o "Correio da Manhã", a vida terá outra alegria:

"Tirado de casa e abatido a tiro

O primeiro ataque à casa de Mussa Djau tinha acontecido há menos de quatro semanas. Os buracos das balas nos estores ainda ontem eram visíveis. Por dívidas que se suspeita estarem relacionadas com tráfico de droga, um grupo de origem africana procurava o guineense de 25 anos para ajustar contas. Ontem de madrugada o gang voltou à rua Gil Eanes, em Algueirão, concelho de Sintra, e cumpriu as ameaças. Mussa, 25 anos, foi baleado quatro vezes à porta de casa. Caiu morto."

Ora bem: O Mussa, verificando que lhe tinham baleado a casa, ao invés de imediatamente buscar outro tecto, pensou: "Já me deram cabo dos estores, pior que isto já não me fazem". O que não deixa de ter alguma lógica, dado que não imagino que outro mal poderá causar um traficante de droga irado e armado para além de uns estores partidos.

Mussa até via com bons olhos mudar de casa: "Amadu acrescenta que o cunhado, devido à perseguição de que continuava a ser alvo, estava à procura de uma nova casa para onde iria viver com a companheira" mas achou que com uns traficantes à perna, ainda assim tinha tempo para visitar a Remax. Talvez os tiros no estore fossem uma forma de pressão do agente imobiliário para que ele se decidisse a ficar com aquela cave em Alcabideche que tinha visto uns dias antes. Mas o Mussa, perspicaz, não se deixou pressionar.

Assim, motivado por esta lógica infalível e pelo desejo de encontrar a fracção que melhor servisse os seus interesses, o Mussa deixou-se ficar. Eis senão quando tocam à porta. O solícito Mussa vai abrir. Ao ver quem era a visita, dispara, num assomo de génio: "Merda, estes gajos estão cá outra vez, mas hoje eu abro a porta!"

Será que ele pensou que lhe tinham baleado a casa por ele não ter aberto a porta e não quis repetir o erro? Será que quis, magnanimamente, desviar a atenção do meliante, não fosse ele castigar novamente os estores, preferindo oferecer o corpo às balas? Será que pensou que um homem de capuz, armado, não vinha certamente por mal? Reparem no luxo do raciocínio de Mussa: "Da última vez que gajos armados balearam a minha casa, eu não abri a porta. Mas desta vez não passa. Eles vão ver só!"

Mussa era, como aliás todos os afiliados de gangs de tráfico de droga, um homem pacato e trabalhador. Eu gostaria de acrescentar que Mussa era também uma inteligência como poucas vezes vi na vida.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mussa com chocolate?

F.

Anónimo disse...

LOL! Está muito giro, parabéms. Paresse que o blog fez uma assertada contractação.

Liliana

tiagugrilu disse...

Quem é que stá com contracções?