26 de setembro de 2008
Expressões Idio(ta)máticas
Hoje gostava de me debruçar sobre a expressão: "Ele vai ver com quantos paus se faz uma canoa".
Ora, esta é uma expressão utilizada para quando uma pessoa quer transmitir um qualquer sentimento de revolta sobre alguém, com um intuito sarcástico-vingativo.
Confesso que não sei - porque não sei - quem terá sido a CABEÇA que inventou esta expressão, mas, pela relevância que o tema assume, proponho-me a tecer um ou dois considerandos sobre este implcável ditâme da língua portuguesa e que, sem razão aparente, tem vindo a passar de geração em geração...
Imaginemos a seguinte situação: Um colega do trabalho lixa-nos a vida e conta ao chefe que fomos nós que metemos aquela argolada que é tema de conversa no escritório há uma semana. Nós, vingativos, franzindo o sobrolho e mordendo o lábio inferior, balbuciamos: "Ele vai ver com quantos paus se faz uma canoa..."
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E a partir daqui? Quid Juris? Qual o caminho a seguir?
É suposto entrarmos pelo gabinete adentro do colega com um tronco gigante, um objecto cortante, descascar o tronco e fazer uma cavidade grande o suficiente para caber uma pessoa lá dentro, levá-lo para o Tejo e dizer: "Tás a ver ó urso! Agora de quem é que te ris!? Toma lá esta!!!"?!
Ou bastará chegarmos ao pé do ouvido do chibo e sussurrar: "se for grande, basta um", que ele fica logo ali arrematado?
Há expressões que de facto, por mais que tente, não lhes consigo espremer um significado útil...
Para a semana falaremos da expressão "comigo não fazem farinha".
Até lá!
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2 comentários:
Ahah! Muito bom!
...Mas acho muito honestamente que tens que ter cuidado com essa do segredar "...se for grande, basta um", que pode ter interpretações algo... vá lá... fálicas, da parte do instruendo de construção de canoas e podes meter-te numa alhada das antigas.
Quanto ao "comigo não fazem farinha", é natural que assim seja. A mim, se me esmagarem entre duas mós, no máximo sai uma mistela vermelha com sangue ossos e tripas à mistura.
Mas por exemplo com a Amália acho que já faziam farinha...
A Amália é a Rodrigues.
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