Eu até gosto de musicais... A sério que gosto... É um tipo de filme que, sem razão aparente, me deixa bem disposta e com vontade de ir à padaria e pedir 6 carcaças em si bemol enquanto faço um pequeno número de sapateado...
Agora... Temos que convir que os musicais fazem de nós parvos! Como é que se explica, no plano do racional, que 2 desconhecidos se cruzem na rua, troquem 2 palavras, um sorriso, e automaticamente comecem a cantar a mesma música (nunca antes ouvida, note-se) e complementem os versos um do outro com ar de cumplicidade, enquanto dançam os mesmos passos de uma coreografia que nada tem de espontâneo...
Outra coisa que me intriga é a capacidade de atenuação de sentimentos que se consegue em filmes deste género. Como é que se pode conceber que, ao saber que Satine tem que dormir com o Conde para salvar o Moulin Rouge o seu amado Christian escreva uma linda canção de amor que diz que eles vão ficar juntos para sempre “Come What may”?! É que convenhamos que se fosse numa situação normal o Cristiano (chamemos-lhe assim para facilitar) colocaria as malas da Satina à porta e “cortesã” seria, com certeza, o nome mais simpático que lhe chamaria...
Outra coisa: De onde raio é que as pessoas aparecem?!? Imaginem a seguinte cena: 2 namorados, num tranquilo jardim de Inverno... Ela pergunta se ele a ama. Ele, levantando-se, pondo-se de pé em cima do banco do caramanchão e enchendo o peito de ar, entoa a mais bela canção de amor cuja letra passa sempre por: “I love you!! Ohh I doooo!!! Like I’ve never loved befffoooooreeee” e nisto aparece toda uma banda filarmónica entre transeuntes, crianças que brincavam ao acaso no jardim, polícias sinaleiros que rapidamente descortinam uma dança que acompanham ao som dos seus apitos, padeiros, TUDO de repente aparece para vir dar um ar de sua graça! Até os animais cantam!!!
É bonito, lá isso é... Mas estúpido...
4 comentários:
Eu até percebo quem gosta de musicais, a sério que sim... Mas simplesmente não consigo gostar: não consigo acompanhar o texto, uma vez que é cantarolado e se perde a noção dos sentimentos das personagens.
Exemplos:
Um tipo encontra a namorada com outro, e o que é que faz? - Começa a cantarolar...
Eh pá, não dá... O único musical de que realmente gostei foi o Dancer in the Dark, com a magnífica Björk no papel de Selma. Genial.
Depois, o Moulin Rouge tem a sua piada, mas não aguento a voz do gajo. Parece que comeu mel às colheradas e ficou com ele entalado na garganta... Sai uma voz esquisita que eu sei lá...
LOL!
O Moulin Rouge é bom, não me lixem... Só acho que o cantar para responder a um simples: "Passa-me o sal" por vezes não se justifica...
Eu também nunca gostei muito de musicais, se eu quisesse ouvir pessoal a cantar ia a um concerto, não ia ao cinema!
Contudo, gosto daquele musical em que entra o Steven Seagal! É pena que a letra se limite a Ais, Uis e Aus!
Eheh! Pois é, mas cantam bem, os sacanas dos mânfios!
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